Várias questões são colocadas por este tema. Uma dessas questões prende-se com a omnipresença do olhar pois vivemos num mundo de olhares em que olhar e ser olhado faz parte da vivência normal de cada um.
Porém, olhar não significa necessariamente ver e muito menos observar.
A intenção, a atenção e a emoção que lhe estão subjacentes condicionam a natureza do olhar influenciando de forma determinante aquilo que poderíamos referir como a qualidade do olhar, sua expressão, que decorre do “estado de espírito” actual mas também por todo ambiente em que se desenvolve ou seja pelo carácter do indivíduo.
Olhar estabelece uma fronteira entre o exterior e o interior e simultaneamente uma ponte entre dois mundos que através dele se comunicam. Mais do que órgão de visão é um revelador, talvez o principal, do interior emocional, a aura psíquica do ser, por isso lhe chamam a “janela da alma”.
Por outro lado há vários tipos de olhares reais, olhares que podem ser humanos, animais podem ou até ser microbianos mas para além desses há olhares imaginários, simulados, intuídos, sonhados, desejados ou temidos. Há olhares visíveis e olhares escondidos.
Estaremos a ser observados, sem o saber, a partir do espaço? Haverá um Deus, um “Big Brother”, uma humanidade alienígena, uma variedade de entidades observantes que nos vêem a partir do espaço e registam todos os nossos actos?
Todas estas questões foram já colocadas e constituem um tema recorrente de uma Humanidade, consciente da sua solidão, que se sente só e um pouco perdida na imensidade do Universo.
Exposição virtual, 12 gravuras, exposto em www.triplov.com desde 2006.